O transtorno bipolar é conhecido pela variação entre casos de depressão e exaltação. Suas crises variam em intensidade, periodicidade e duração.

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A principal característica do transtorno afetivo bipolar é a alteração, muitas vezes repentina, entre fases de depressão com os de extrema excitação e de fases entre eles assintomáticas. As crises variam da intensidade leve a grave, periodicidade e duração.

Essas alterações de humor tem um reflexo muito negativo no comportamento dos pacientes, e o reflexo que elas causam é, geralmente, desproporcional aos eventos que a motivaram ou, muitas vezes, não dependem deles.

No geral, essa desordem do humor se apresenta em ambos os sexos, na idade entre 15 e 25 anos, porém, também pode acontecer com crianças e pessoas bem mais velhas.

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Tipos e classificação

Conforme consta no DSM-5 (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders) e também no CID-10 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde), documentos internacionais de classificação diagnóstica, o transtorno bipolar é classificado nos tipos:

Transtorno bipolar Tipo I

O portador dessa condição manifesta fases de mania, que duram, pelo menos, 7 dias, e fases de humor depressivo, que podem durar de 2 semanas a alguns meses.

Seja na fase da mania quanto na da depressão, as manifestações são intensas e causam significativas alterações de comportamento e atitudes, que são capazes de afetar não só as relações familiares, afetivas e sociais, como também o cumprimento das obrigações profissionais e a preservação do paciente e das pessoas com quem convive no dia a dia.

O quadro clínico do paciente muitas vezes é tão grave que exige uma internação hospitalar devido ao risco elevado de suicídios e da ocorrência de complicações psiquiátricas.

Transtorno bipolar Tipo II

Nesse tipo existe uma alteração entre as fases de depressão e a de euforia, sem dano maior nas atitudes e atividades do paciente.

Transtorno bipolar não especificado ou misto

Todos os sintomas sugerem o diagnóstico de transtorno bipolar, no entanto não são suficientes para relacionar a condição com qualquer uma das anteriores.

Transtorno ciclotímico

esse é o quadro mais leve do transtorno bipolar, caracterizado por alterações crônicas de humor que, muitas vezes, ocorrem dentro do mesmo dia. O portador de transtorno bipolar alterna entre os sintomas de euforia e depressão leve que, na maioria das vezes, são percebidos apenas como um temperamento passageiro e irresponsável.

Causas

A causa certa do transtorno bipolar ainda é desconhecida, porém, estudos já mostram que fatores genéticos, alterações em algumas áreas do cérebro e também alterações nos níveis de alguns neurotransmissores estão envolvidos.

Da mesma maneira, já sabe-se que alguns episódios podem antecipar o surgimento dessa alteração de humor nas pessoas que possuem predisposição genética. Dentre eles, ressaltam-se:

  • Crises constantes de depressão ou início prévio dessas crises;
  • Exposição a longos períodos de estresse;
  • Puerpério;
  • Medicamentos que inibem o apetite e problemas na tireoide.

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Diagnóstico

O diagnóstico do transtorno bipolar é realizado através de análise clínica, investigação do histórico e na descrição dos sintomas narrados pelo próprio paciente ou por familiares e amigos. Normalmente, o diagnóstico demora mais de uma década para ser fechado, pois os sinais podem ser confundidos com os de outros problemas como depressão, distúrbios de ansiedade, esquizofrenia e síndrome do pânico. Daí a importância de estabelecer o diagnóstico diferencial antes de propor qualquer medida terapêutica.

Sintomas

Depressão

  • Falta de sentido para a vida;
  • Humor frágil;
  • Tristeza excessiva;
  • Falta de interesse nas tarefas que antes davam prazer;
  • Apatia;
  • Isolamento social;
  • Redução significativa da libido;
  • Dificuldade de concentração;
  • Alterações do sono;
  • Alterações do apetite;
  • Sensação de cansaço;
  • Sentimentos frequentes de inutilidade;
  • Pensamentos suicidas;
  • Sentimento de culpa;
  • Insatisfação e esquecimentos.

Mania

  • Pouco sono;
  • Estado de excitação fervoroso;
  • Movimentos involuntários do corpo;
  • Falta de coordenação dos pensamentos;
  • Compulsão da fala;
  • Aumento da libido;
  • Falta de foco;
  • Impaciência crescente;
  • Agressividade e mania de grandeza.

É uma faze onde o paciente toma atitudes que poderão reverter em prejuízos a si próprio e às pessoas que convivem, como por exemplo: perda do emprego, gastar todo o dinheiro, envolvimentos afetivos desenfreados, aumento das atividades íntimas e, em alguns casos mais graves, devaneios e alucinações.

Hipomania

Os sintomas são parecidos aos da mania, no entanto são bem mais suaves e com um comprometimento menor nas tarefas e relações do paciente, que se apresenta mais ativo, mais falante e mais sociável do que o normal.

Normalmente, as crises são rápidas, com duração de apenas alguns poucos dias. Para realizar o diagnóstico, deve-se descartar que a condição não seja uma reação induzida pelo uso de medicamentos antidepressivos.

Tratamento

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A terapia conta com o uso de medicamentos junto com psicoterapia.

Transtorno bipolar é uma doença que não tem cura, porém pode e deve ser controlado. A terapia conta com o uso de medicamentos junto com psicoterapia. O paciente também deve realizar mudanças no estilo de vida, evitar o consumo de substâncias psicoativas, desenvolver hábitos saudáveis de alimentação, melhorar a qualidade do sono e tentar reduzir os níveis de estresse.

Para cada tipo e evolução do transtorno, é prescrito um tipo de antidepressivo. Entretanto, esses medicamentos devem ser usados com cautela, pois são capazes de provocar uma mudança brusca da depressão para a excitação, ou precipitar a ocorrência das crises.

A psicoterapia é um importante auxílio no tratamento do transtorno bipolar, pois é ela que dá o apoio para o paciente vencer os problemas gerados pelas características da doença, ajuda a evitar que as crises se tornem recorrentes e, principalmente, estimula a aceitação ao tratamento medicamentoso que deve ser continuado por toda a vida.

Recomendações

As pessoas que possuem transtorno bipolar e os que convivem com elas, devem estar cientes de que:

  • A melhor maneira de evitar a instabilidade emocional e a reincidência das crises é seguindo o tratamento à risca, isso assegurará a possibilidade de o paciente levar uma vida praticamente normal;
  • O tratamento demora um pouco para ser ajustado, normalmente não fazem efeito no início;
  • O índice de suicídio nos pacientes com transtorno bipolar, é 15% maior quando esses passam por crises depressivas prolongadas;
  • É comum esses pacientes procurarem alívio para os sintomas nas drogas e no álcool, que contribui com o agravamento do quadro;
  • Essa alternação entre fases de depressão e de euforia dá a falsa sensação de que a pessoa está bem e não necessita mais de tratamento;
  • Muitas vezes a família do paciente pode precisar de acompanhamento com um psicólogo, pois essa condição também afeta os que tem uma convivência mais próxima e direta com o paciente, além de receber orientação de como lidar com as questões do dia a dia.

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IMPORTANTE

ESTE ARTIGO NÃO TEM A FINALIDADE DE DIAGNOSTICAR PROBLEMAS DE SAÚDE.

A busca por um profissional é imprescindível, visto que ele é o profissional ideal para realizar uma análise criteriosa e clínica. Além disso, só ele quem poderá indicar o melhor tratamento para você.